sexta-feira, outubro 31, 2008

Pero que las hay, las hay

O dia das Bruxas, festinha importada e que não faz grande sentido, serve para podermos, mais um dia, ridicularizarmo-nos à vontade. Eu, como Carnaval só mesmo quando era criança, passo muito bem ao lado destes festejos. Mas...

o dia das bruxas faz-me lembrar a minha festa de caloira. Já estávamos na Universidade há um mês e hoje, há 8 anos atrás, era dia de festa. Esqueci-me de avisar a minha fisioterapeuta que hoje não dava, e coitada foi ter comigo às 23h (não fez mal que ficou na conversa com os meus pais!) com um enorme pedido de desculpas. Muita gente vestida à tonhó e eu devia estar vestida de coxa, que sinceramente achei bem mais bonito, embora atrasasse o grupo inteiro. Jantámos na Feira Popular, depois Santos e Plateau para nos animar a alma. Perdi-me da única pessoa que conhecia de outras escolas e ali fiquei sem boleia para casa. Daí a deitar contas à vida foi um pulinho "agora tenho que ir para casa sozinha e o taxista ainda me viola, mas tudo bem que aqui é que não fico!"

Dancei o mais que podia, afinal já não dava um pézinho de dança havia eternidades. Nessa altura bombava o "Beautifull day" dos U2 e dizia cá para mim que estava um beautifull day sim senhores, o pior seria mesmo o dia seguinte. Mas se a perna aguenta o resto do corpo também.

A partir desse ano, nesta noite, todos os anos festejamos o aniversário da minha homónima e o dia das bruxas é sempre o dia de juntarmos os entrefolhos (com o devido sentido aplicado à coisa) e garantir que no matter what estaremos sempre aqui.

Quanto às bruxas propriamente ditas conheço algumas, porque las hay... se las hay! E algumas bem sexys!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Nem só às 8 a malta se safa

Há que separar o trigo do joio, não é assim?

E então lá fui eu fazer, e escrevo fazer porque não me fiquei pela tentativa, o cartão do cidadão. Pois que estou muito contentinha com os serviços do Areeiro: simpáticos, rápidos, eficazes e surpresa das surpresas bem dispostos. Ninguém me disse que deveria ter ido às 8h quando cheguei por volta das 15h, e em 5 minutos fui atendida. Pedido feito sem levar o cartão do eleitor, que por lapso ficou numa outra carteira qualquer.

Um grande bem haja a estes funcionários públicos!

Devo dizer que este sistema é muito à frente: leitura da altura digital, fofo digital, assinatura digital e nem se leva com o borrão no dedinho para caso o CSI venha atrás de nós.

Triste triste foi o senhor perguntar se havia alguma alteração e eu ter que dizer não. Nem morada, nem estado civil, nem altura. Mas acredite comigo, falta só um bocadinho assim!

terça-feira, outubro 28, 2008

O melhor é vir às logo às 8h

Fui tentar fazer o cartão do cidadão, já que tenho que renovar o b.i. vai tudo assim a eito (queria muito escrever esta palavra). Pensei cá para os botões que não tenho que a melhor opção seria a loja do cidadão em Odivelas. Pois que me enganei e segundo a senhora o melhor mesmo é estar lá às 8h00.

Suponho que não haja mais hora nenhuma para me dirigir a um qualquer serviço público deste país, porque o que o povo curte é ter filas imensas para reclamar à brava, e portanto nada melhor que estar à porta desde as 7h da matina.

Não contente com esta afirmação e conforme o papel que me entregou há um sítio na minha terra para estas coisas e lá voltei com cereja no topo do bolo: cá estamos lugar à porta! Bom demais para ser verdade, e claro não há senhas e o melhor mesmo é vir às 8h00 da manhã.

Duas conclusões a reter das minhas diligências para esta super missão:

1. O odor que se fazia sentir no segundo local deve ficar a dever às pessoas levantarem-se às 6h00 da manhã para estarem à porta às 7h para que tirem tantas senhas quanto possível, não vá irem tomar o pequeno almoço ali ao lado enquanto reclamam com a crise que está tudo muito caro, mas não se importam nada de gastar 6 euros num pequeno almoço, e perderem a vez. Com isto tudo não tiveram tempo para tomar um banhinho.

2. Os funcionários públicos que estão no atendimento quando alguém a eles se dirige têm várias gravações, onde a tecla 1 é "já não há senhas" e a tecla 2 "não me chateie venha para cá secar às 8h da manhã que eu também tenho que cá estar sem banho tomado e por isso ainda estou muito mal disposta e este estado irá durar pelo menos até às 15h50 hora a que começo a arrumar as minhas coisinhas para bazar daqui!"

O português curte filas porque é a única forma que tem para poder alimentar as suas próprias reclamações, no entanto se puder irá sempre a um sábado ou a um domingo à tarde para um centro comercial qualquer e ficar na fila de um supermercado qualquer com carrinho cheio como se levasse mantimentos para um bunker onde irá ficar instalado durante um ano.

Passeadeira


Já há algum tempo que ando para escrever sobre a diferença de passadeira e passeadeira. É que são diferentes, embora muitos utentes das primeiras pensem que fazem uso das segundas. Não há pachorra para pessoas que vão para a passadeira mostrar o último grito da moda, como por exemplo, uso das calças brancas de linho no outuno, ou para mostrar o sabor do gelado que comem, como por exemplo bacalhau com natas, ou ainda o último flirt telefónico ou sms recebida com sorriso de orelha a orelha, eu também as recebo mas é uma coisa que faço muito rapidamente, não precisando mostrar a todos os automolistas que o meu namorado é um ordinarão e que me faz rir à brava com as nossas parvoíces de pessoas tolas e apaixonadas.


A sério, há que explicar às pessoas que passam nas passadeiras que as passadeiras são para passar e não para passear, porque se assim fosse seriam passeadeiras. Eu até entendo os velhotes, que vá, coitados mal conseguem dar um passo seguido de outro sem que parem 2 minutos para respirar, porque se não o fizerem morrem de colapso cardíaco. Até há aqueles que têm medo das passadeiras e atiram-se à estrada como se aquilo fosse deles e depois vão-se queixar porque houve um maluco que ia nos cabos d'Ávila a 90 km/h (chica pá, olha aqui o espaço entre o número e o km, hein!!! a revisão é que está a dar) e que os atropelou mesmo ali em frente ao Alegro e agora têm a anca deslocada. Porque os velhos são assim, o mundo é deles.


Mas voltando ao tema principal, é só a mim que dá vontade de arrancar cada vez que vejo um passeador profissional?

quarta-feira, outubro 22, 2008

Dr. Preciso de Ajuda

Sempre que vou a um local, e leia-se hospitais, centros de saúde, onde possa cheirar éter vou a rezar a todos os santinhos para que não vire a boneca e faça figura ridícula. Semana passada fui fazer uma mini cirurgia, que eu e as facas damo-nos bem, temos uma relação muito chegada de tu cá tu lá, e hoje fui tirar os mini pontos. E se à primeira correu tudo bem à segunda já não se poderá dizer o mesmo. O cheiro a éter tresandava na sala. Corri para um lugar onde estivesse abrigada e portanto meti-me no elevador, não permitindo a nenhum utente usar o dito, uma vez que esperava a minha tetra-avó que andava muito devagar (e deve ter sido por iso que fui castigada).

Quando fui chamada para a sala lá fui eu toda contentinha pois já poderia começar a arrancar crostas mal saisse dali.

Enfermeira com pernas na mão - Está tudo bem?
Eu - Sim, sim.
Enfermeira com pernas na mão - É só para tirar os pontos?
Eu - É sim.
Enfermeira com pernas na mão - Então vamos lá.
Está a doer?
Eu - Não, só o cheiro do éter é que incomoda.
Enfermeira com pernas na mão - Mas está a sentir-se bem?
Eu - Sim... Não!

Quando acordei estava a enfermeira com as minhas pernas na mão, mais 2 enfermeiros à minha volta. Cada vez que desmaio tenho a perfeita noção de que sou uma ganda menina.
Éter, humpf!

terça-feira, outubro 21, 2008

Finito

Acabou-se. Acabou-se a soneira de manhã, o massacre do trânsito na CREL e os atrasos de 5 minutos, ou 10. Correu tudo bem, vá, tirando o dia do orçamento de estado, e agora voltamos à vidinha dos últimos tempos.

MODE: hibernar!

segunda-feira, outubro 13, 2008

Hoje é dia de festa!

Estamos de parabéns!
Obrigada meus caros, obrigada!!
Para quem quiser saber está aqui.
Parece que nada acontece por acaso.
Ias morrendo, mas a mãe salvou-te!

Hoje é dia de... Ao fim do dia!

quarta-feira, outubro 08, 2008

RCP ao poder!

O tema libertava-nos, mas nós prendemo-nos. É uma chatice. Acabámos por falar do meu calcanhar de aquiles e peço desculpa ao Pedro Vieira!

Que venha outro fim do dia!

terça-feira, outubro 07, 2008

Dizem que quando acaba a de um começa a do outro

A liberdade. Dizem que somos livres, é verdade, somos. Eu sou livre, mas isso não me adianta de muito porque o meu parco ordenado não me dá grandes liberdades. Eu sou lá livre de fazer o que quiser, é, deve ser, isso e pão com chouriço para o lanche. Era bom. A esta hora estava na Argentina a dançar um tango.

Dizem que em tempos idos, quando eu ainda nem sequer era nascida que o 25 de Abril trouxe muita liberdade às pessoas, e eu acredito que sim, que isso até a minha mãe me diz, e ela é pessoa de confiança, já o meu pai não sei porque ainda vivia na madeira e assim como assim quando saiu de lá já o primo Alberto estava no poder e portanto a diferença devia ser pouca. O meu pai gosta dele que fez umas coisinhas para alegrar o povo e eu agora só demoro vinte minutos a chegar ao Porto Moniz em vez de 3horas, isto claro se não me enganar no caminho, como aconteceu em Fevereiro deste ano.

Vivemos num país livre, dizem, mas eu não sei. Isto da Liberdade é tudo muito fofinho, mas se houver dinheiro e por arrasto felicidade (que sim, que traz e não me venham cá com coisas). porque senão de pouco nos serve. E basta vermos os exemplos deste país. Sim, há piores, mas tudo pode ser mau, ou bom, na sua relatividade.

Sim, temos liberdade de expressão, nós que somos os comuns. Mas não temos liberdade quando não temos opções. E que opções temos nós? Poucas, muito poucas.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Ensaio sobre a cegueira ou como os deficientes são todos pessoas lindas

A mim irrita-me! Eu não sou nenhuma saramaga nem gosto lá muito do senhor, como é normal, ninguém gosta do homem, só mesmo quem lhe deu o prémio porque nunca o tinha ouvido. Mas até aqui tudo bem, o senhor escreveu um livro "Ensaio sobre a cegueira" que eu nunca li e que agora é transformado em filme "Blindness".

Na América a Federação Nacional dos Invisuais está possessa porque passa uma imagem dos cegos como pessoas horríveis. Se eles são horríveis ou não, nem sequer eles sabem, mas tudo bem! Então agora a Federação Nacional das Pessoas Não Deficientes vai passar a protestar contra todos os filmes que se realizem que os mostrem como detestáveis. A Federação Nacional dos Piratas vai passar a protestar contra todos os filmes em que mostrem um pirata com mão de gancho porque toda a gente sabe que aos piratas o que lhes falta é um olho e sempre o esquerdo, o pirata não tem que ser unimão, isso era coisa exclusiva do capitão gancho.

Por exemplo, soube de uma cega que usava os outros cegos para ganhar uns trocos, era apelidada de chulacega. Mas isto jamais poderá ser contado, porque qualquer pessoa com deficiência é boazinha. Não. Não é. São pessoas como as outras. E é normal um cego ir contra coisas, como é normal um surdo não ouvir a campainha a tocar, como é normal haver pessoas boas e pessoas más, quer tenham deficiência ou não.

Porque isto das rádios é coisa de luxo

Há uns anos, na altura da pós adolescência, os meus pais acharam que eu estava maluca, que era uma rebelde, que só pensava em noitadas e noitadas (e olhem que eu até andava num grupo de jovens) e levaram-me ao psiquiatra. E eu fui. Eu fui porque sabia que não padecia de mal algum. O problema eram mesmo eles. Eles não, se tivessem vivido há dois séculos. Portanto, o problema não era deles, era do tempo. Mas dizia-vos eu, fui à psiquiatra com quem falei abertamente e a quem disse que não via o sentido de estar ali, mas tudo bem. Já se fosse hoje faria todo. Mas adiante...


Numa das nossas sessões falámos do que eu queria ser na vida. E eu respondi que gostaria muito de fazer muita coisa e de ter imenso dinheiro para ter uma vida cheia de pequenos e grandes luxos, cheia de coisas importantes. Então e trabalho quer fazer o quê? E eu disse: " ah gostava muito de trabalhar num jornal, ter por exemplo uma coluna para escrever uma vez por semana ou ter um programa de rádio."


Ela fechou os olhos para "sentir" a minha voz e não comentou. Ora, eu já sabia que a minha voz de bagaço não ia assim a lado nenhum, muito menos depois de meter um aparelho que se aloja nos meus dentes há uns bons aninhos (e ao que parece está para habitar aqui para todo o sempre). Mas retomando, eu achei mal a atitude da psiquia. Ela devia ter dito qualquer coisa assim"quanto ao jornal não sei, mas é pá! rádio é que não gaja!!" Não que eu tenha insistido na coisa e mal tive rádio na faculdade cada vez que me ouvia dava-me um ataque de pânico. Agora o que me atormenta são cês'agas (e isto é "ch") e lamento a qualquer um dos ouvintes da Rádio Clube Português que tenha que me ouvir, temos imensa peninha, mas eles querem que eu vá lá todas as semanas e lamento dizer, eu vou! Que isto de tornar sonhos realidade é um luxo!