Porque isto das rádios é coisa de luxo
Há uns anos, na altura da pós adolescência, os meus pais acharam que eu estava maluca, que era uma rebelde, que só pensava em noitadas e noitadas (e olhem que eu até andava num grupo de jovens) e levaram-me ao psiquiatra. E eu fui. Eu fui porque sabia que não padecia de mal algum. O problema eram mesmo eles. Eles não, se tivessem vivido há dois séculos. Portanto, o problema não era deles, era do tempo. Mas dizia-vos eu, fui à psiquiatra com quem falei abertamente e a quem disse que não via o sentido de estar ali, mas tudo bem. Já se fosse hoje faria todo. Mas adiante...
Numa das nossas sessões falámos do que eu queria ser na vida. E eu respondi que gostaria muito de fazer muita coisa e de ter imenso dinheiro para ter uma vida cheia de pequenos e grandes luxos, cheia de coisas importantes. Então e trabalho quer fazer o quê? E eu disse: " ah gostava muito de trabalhar num jornal, ter por exemplo uma coluna para escrever uma vez por semana ou ter um programa de rádio."
Ela fechou os olhos para "sentir" a minha voz e não comentou. Ora, eu já sabia que a minha voz de bagaço não ia assim a lado nenhum, muito menos depois de meter um aparelho que se aloja nos meus dentes há uns bons aninhos (e ao que parece está para habitar aqui para todo o sempre). Mas retomando, eu achei mal a atitude da psiquia. Ela devia ter dito qualquer coisa assim"quanto ao jornal não sei, mas é pá! rádio é que não gaja!!" Não que eu tenha insistido na coisa e mal tive rádio na faculdade cada vez que me ouvia dava-me um ataque de pânico. Agora o que me atormenta são cês'agas (e isto é "ch") e lamento a qualquer um dos ouvintes da Rádio Clube Português que tenha que me ouvir, temos imensa peninha, mas eles querem que eu vá lá todas as semanas e lamento dizer, eu vou! Que isto de tornar sonhos realidade é um luxo!
1 comentário:
É bom querer uma coisa quando ainda não se tem idade para saber o que se quer mas anos depois até se tornar real... aproveita!
*BJS*
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