terça-feira, outubro 07, 2008

Dizem que quando acaba a de um começa a do outro

A liberdade. Dizem que somos livres, é verdade, somos. Eu sou livre, mas isso não me adianta de muito porque o meu parco ordenado não me dá grandes liberdades. Eu sou lá livre de fazer o que quiser, é, deve ser, isso e pão com chouriço para o lanche. Era bom. A esta hora estava na Argentina a dançar um tango.

Dizem que em tempos idos, quando eu ainda nem sequer era nascida que o 25 de Abril trouxe muita liberdade às pessoas, e eu acredito que sim, que isso até a minha mãe me diz, e ela é pessoa de confiança, já o meu pai não sei porque ainda vivia na madeira e assim como assim quando saiu de lá já o primo Alberto estava no poder e portanto a diferença devia ser pouca. O meu pai gosta dele que fez umas coisinhas para alegrar o povo e eu agora só demoro vinte minutos a chegar ao Porto Moniz em vez de 3horas, isto claro se não me enganar no caminho, como aconteceu em Fevereiro deste ano.

Vivemos num país livre, dizem, mas eu não sei. Isto da Liberdade é tudo muito fofinho, mas se houver dinheiro e por arrasto felicidade (que sim, que traz e não me venham cá com coisas). porque senão de pouco nos serve. E basta vermos os exemplos deste país. Sim, há piores, mas tudo pode ser mau, ou bom, na sua relatividade.

Sim, temos liberdade de expressão, nós que somos os comuns. Mas não temos liberdade quando não temos opções. E que opções temos nós? Poucas, muito poucas.

5 comentários:

Rabodesaia disse...

Exacto, uma escolha forçada não é uma verdadeira escolha.

Matryoshka disse...

Liberdade é sinónimo de escolha. Se não há escolha possível, não há liberdade. Seja naquilo que for!

Luzia disse...

E com a situação actual, que cada dia se afunda mais, as possibilidades de escolha diminuem, e as hipoteses de alguma vez atingir um estado de possivel itinerância pelos países durante tempo suficiente para apreciar as vistas parecem demasiado escassas...

Rafeiro Perfumado disse...

Eu prefiro pensar que estamos a evoluir. Se é verdade que não temos liberdade para fazer tudo o que queremos (eu agora apetecia-me estar na praia em vez de estar no trabalho), também é verdade que as coisas têm melhorado muito. Quantas pessoas podiam passar férias no estrangeiro há 50 anos? Quantas tinham carro? Quantas tinham etc?

Beijoca!

martitha disse...

Foi o que te disse... gostaria de ganhar decentemente para poder ter a liberdade de fazer muitas coisas que não posso, como viajar, por exemplo. Gostaria também que tivessemos a liberdade de escolher não trabalhar a recibos verdes, de escolher ter um emprego (porque há quem nem isso tenha, a liberdade de nos oferecerem ordenados justos ... bem ... e não saímos daqui.
Ando uma sindicalista!!!:)