segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Escolhas

De degrau em degrau parou no 6º andar do prédio, não conseguia subir mais aquelas escadas de madeira ingremes à século XIX ou XVIII, se calhar a culpa era da quantidade de cigarros, que uns atrás dos outros davam-lhe cabo da carteira. Se calhar não era um 6º andar, mas parecia-lhe. Talvez não fossem só os cigarros, talvez o alcool dessa noite também lhe pesasse. Passaram-se horas entre a respiração ofegante, um choque na ficha eléctrica e uns pontapés no que se cruzava na distância entre a sala e o quarto, e a descida atormentada pela viagem que a seguir ia fazer. Desceu as escadas de madeira que pareciam ainda mais longas que na madrugada anterior e foi de encontro ao seu fim. Nunca mais voltou ali.

Tudo teria sido diferente se não tivesse voltado.

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