E quem fala assim...

É Arturo Pérez-Reverte em entrevista este fim-de-semana ao DN. Este senhor foi o autor do meu primeiro livor em espanhol e custou-me a alma, pior que isto é que nem sequer saiu no teste seguinte. Ex Reportér de Guerra, Escritor é um senhor que sabe o que diz, quem fala assim não é definitivamente gago, senão vejam lá:

"A guerra é um lugar de onde nunca se volta. Mas há o pesadelo, algo que não deixa dormir. E há o fantasma, que é uma companhia. Escrever é converter pesadelos em fantasmas. O que ficou desse tempo foram imagens de desassossego. Ao escrever sobre elas chego à conclusão de que não me sinto responsável. "

"É a palavra. A imagem já não vale para explicar o mundo. É mentira. É necessária e interessante, mas não é fiável."

"Cultura é saber que o avião cai e não gritar quando isso acontece. "

A entrevista veio em ocasião do seu novo romance, "O Pintor de Batalhas", conta a história de André Faulques, fotografo de guerra que depois de 30 anos à procura da imagem perfeita troca a câmara pelos pincéis.

Não conseguindo tirar a foto capaz de transmitir o caos do Universo, agora, enquanto tenta compreendê-lo, começa a pintar um grande fresco circular no muro de uma torre de vigia no Mediterrâneo, onde vive sozinho, perturbado pela memória de uma mulher que nunca conseguiu esquecer e pela visita inesperada de um homem que o quer matar.